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Energia solar e eólica vão mover metrô no Chile

O Chile tem capacidade elétrica estimada de 1,3 GW nos painéis solares em larga escala

Em meados de junho, a presidente chilena, Michelle Bachelet, assinou o Acordo de Paris, que promete uma redução de 30% nas emissões de gases de efeito-estufa (GEE) no Chile até 2020. Para cumprir a meta, o setor público deu início a uma série de projetos, um dos quais foi anunciado pela presidente em maio deste ano. O Santiago Metro — o metrô da capital — firmou um acordo com a usina solar El Pelícano e o parque eólico San Juan, que estará totalmente operacional até 2018, para fornecimento de energia por meio do Sistema Interconectado Central (SIC). Em conjunto, os dois projetos envolvem um investimento estatal de mais de US$ 500 milhões.
A questão é fundamental em diversos aspectos. Ao mesmo tempo que o Acordo de Paris está em foco, a capital chilena se encontra no meio do processo de construção de duas novas linhas do metrô, que ficarão prontas entre 2017 e 2018. Além disso, uma das promessas eleitorais da atual administração foi o descongestionamento e a redução da poluição da cidade.
Nos anos recentes, o Chile se tornou um dos países do mundo com maior potencial para a energia solar. A energia eólica também parece ser uma opção cada vez mais forte. Diversas empresas multinacionais do setor da energia solar estabeleceram operações no famoso Deserto de Atacama devido aos elevados níveis de radiação solar (mais de 1.200 w/m2).
Estima-se que, no Chile, haja uma capacidade elétrica de 1,3 GW nos painéis solares em larga escala – principalmente no Norte –, gerando um boom no uso desta tecnologia. De acordo com a Comissão Nacional de Energia (CNE), em janeiro deste ano os planos para a construção de usinas solares no Sistema Interconectado do Grande Norte (SING) foram responsáveis por 37% das iniciativas de usinas de energia, seguidos por inciativas relativas ao carbono (33%) e ao gás natural (20%).
“Tanto o governo como o setor público ficaram entusiasmados com o objetivo inicial de gerar 25% da energia a partir de fontes de ERNC (energias renováveis não convencionais) até 2025, e estamos trabalhando muito rapidamente em direção a esta cota”, diz Peter Horn, CEO da Heliplast, uma companhia chilena-alemã de soluções solares com mais de três décadas no setor.
Neste contexto, a El Pelícano — gerida pela SunPower—, localizada entre as regiões de Coquimbo e Atacama, terá uma capacidade de 110 MWp, o que equivale à geração de energia necessária para abastecer cerca de 100 mil lares chilenos. Toda a energia gerada por esta usina irá para o Santiago Metro. “Em associação com a Total, a SunPower tem um compromisso com o crescimento contínuo da indústria local de energia solar, especialmente com a demanda por energia solar renovável a um custo competitivo”, diz Manuel Tagle, gerente-geral da SunPower Chile.
Por sua vez, o parque eólico de San Juan de Aceituno (de propriedade da Latin American Power), que será construído do distrito de Freirina, na região de Atacama, terá uma capacidade de 185 MWp, e destinará 15% da energia gerada ao metrô.
Como resultado, a partir de 2018, a matriz de energia do Santiago Metro será composta por 40% de energia convencional (Chilectra), cerca de 42% de energia solar (El Pelícano) e 18% de energia eólica. “Embora as experiências internacionais tenham demonstrado que diversos sistemas metroviários incorporaram ERNCs em seus processos de produção, o Santiago Metro é pioneiro na incorporação de tal magnitude de energias limpas em sua matriz de consumo”, informa o Metro, de propriedade estatal.
Além disso, em termos de impacto real, estima-se que, a partir de 2018, os dois novos contratos proporcionarão uma redução de 130 mil toneladas de emissões de CO2 por ano no país inteiro, o equivalente a plantar 7,8 milhões de árvores.  “Juntos, de uma perspectiva ambiental, estes contratos melhorarão o desenvolvimento sustentável da empresa. Isto permitirá ao Santiago Metro fornecer um preço estável e competitivo que, abaixo dos US$ 100/MWh”, acrescenta o Metro. 

Valor Econômico

Fonte: www.portalabeeolica.org.br - 04/11/2016

 

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