Aumenta o número de empresas que adotam o home office como prática no Brasil
Para muitas empresas, as políticas de home office tornaram-se uma opção bem cotada. Além de gerar economia em estrutura, a medida também beneficia os funcionários, que perdem menos tempo nos deslocamentos casa-trabalho, e o meio ambiente, com a redução das emissões a partir da não realização desses deslocamentos. A flexibilização da carga horária é um dos fatores que impulsiona esse movimento, e as empresas percebem o aumento na produtividade ao oferecer um ambiente de trabalho mais flexível aos funcionários.
A edição de 2016 da pesquisa Home Office Brasil dá indícios desse novo comportamento corporativo. Feita com 325 empresas de diferentes segmentos e portes, de diversas regiões do país, mostra um aumento de 50% no número de empresas que estão implantando a prática, 15% de aumento no número de empresas que estão estudando a implantação e 28% de aumento na formalização da medida. O estudo foi conduzido pela SAP Consultoria e teve o apoio institucional da SOBRATT (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades) e o patrocínio da GCONTT (Grupo de Consultoria em Teletrabalho).
No Brasil, 68% das empresas adotam alguma prática de teletrabalho, sendo 55% a modalidade de home office. Dentre as empresas participantes da pesquisa, cinco em cada treze adotam a prática (37%), e um em cada treze funcionários trabalham nessa modalidade (7%). Além disso, 93% das empresas consultadas eram do setor privado, 85% delas localizadas na Região Sudeste.
Conforme indicado pela pequisa, os cinco principais objetivos das empresas que adotam políticas de home office estão ligados ao bem-estar dos funcionários, à mobilidade e à produtividade:
– Ajudar os empregados a atingir um melhor equilíbrio entre vida e trabalho (67%)
– Promover a flexibilidade no ambiente de trabalho (66%)
– Resolução de problemas com tempo de locomoção até o trabalho (58%)
– Mobilidade urbana (53%)
– Estimular a ênfase na gestão por resultados (48%)
Vale ressaltar que, para as empresas, as maiores dificuldades na implantação de políticas de teletrabalho são a tecnologia e a infraestrutura para permitir que o trabalho seja realizado fora do escritório, os aspectos legais do trabalho em home office e a resistência de gestores às mudanças na estrutura organizacional. Por outro lado, satisfação e engajamento de colaboradores, produtividade, retenção de talentos e diferencial para contratação são apontados como ganhos de resultado. De acordo com as empresas, a frase que melhor define o processo é “gerenciamento baseado em resultados em vez da presença física”.
Já na ótica do que é esperado do funcionário, destacam-se fatores como independência, compreensão de seu trabalho, produtividade, flexibilidade e comunicação. A performance é geralmente avaliada a partir do cumprimento de metas, do desempenho e do nível de entrega de trabalhos.
O teletrabalho e a possibilidade de jornadas flexíveis estão entre as medidas sugeridas para compor a estratégia de um Plano de Mobilidade Corporativa, de acordo com o conceito de Gestão de Demanda de Viagens (GDV) (imagem acima). Em 2010, um trabalho conjunto entre WRI Brasil, WRI Brasil Cidades Sustentáveis e Banco Mundial desenvolveu um projeto piloto em São Paulo para aplicar algumas das soluções de mobilidade corporativa propostas pelo guia. Escritórios localizados nos edifícios do Centro Empresarial Nações Unidas (CENU) do World Trade Center (WTC) foram convidados a participar do projeto que teve a adesão inicial de 20 empresas, com mais de mil funcionários envolvidos. No decorrer da aplicação das medidas, a empresa que adotou o home office como política de teletrabalho pôde aumentar o número de funcionários sem precisar investir no aluguel de um novo espaço. Ou seja, expandiu sua produtividade sem aumentar os custos com infraestrutura. Além disso, reduziu em 7% o número de viagens em automóvel feitas pela equipe.
A adoção do teletrabalho pode ser um ganho definitivo tanto para empresas quanto para funcionários. Ao reduzir o tempo perdido em deslocamentos, as pessoas ganham qualidade de vida e, com isso, a produtividade tende a aumentar. As organizações que têm a oportunidade de flexibilizar os horários devem analisar estes dados para tentar quebrar as barreiras da estrutura tradicional e encontrar caminhos que tragam benefícios para todos os envolvidos.
Aloha Boeck
Fonte: thecityfixbrasil.com - 11/11/2016
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