Atuação na AEAP  
  O Professor  
  Praça Modelo  
  SANEP  
  DAER  
  SPH  
  ANTAQ  
  Perfil  
  PSDB  
  Vereador  
  Opinião  
  Notícias  
  Links  
Profissional
DAER

 

   

Espírito de Pioneirismo

          Além de três concorrentes oficiais, que já ofereciam uma certa estabilidade, o DAER teria de destinar a maior parte do seu contingente técnico para o interior do Estado. Precisava de moços entusiastas e com espírito pioneiro para modificar o caótico sistema viário gaúcho. Precisava preencher suas 10 Residências com chefes e subchefes, aos quais caberia a tarefa, nada fácil à época, de instalar e colocar a funcionar essas unidades de serviço.
           O primeiro diretor-geral, Baptista Pereira, ele próprio de espírito desbravador, não se intimidou com o problema. Foi à Escola de Engenharia da URGS e lá fez um convite a todos os formandos, para uma reunião em seu gabinete, na Rua Caldas Júnior, primeira sede do DAER. Conclamou a todos a “assumirem o DAER”, falou-lhes da importância desse trabalho, das perspectivas que abriria ao Rio Grande do Sul. Mas, ainda havia a questão salarial a ser resolvida e o problema do trabalho, pioneiro no interior do Estado, em condições nada encorajadoras.
           Tudo, porém, foi resolvido. Os novos engenheiros do DAER, a primeira turma deles, ganharia o dobro do que pagavam os outros órgãos. E, para o Interior, "diária corrida". Estava-se iniciando, dessa forma, a história prática do DAER. Teodolitos, réguas e muita coragem começaram a escrevê-la. E a escreveram tão bem que hoje não há um rincão do Rio Grande, afastado que seja, que não tenha contato via rodoviária com a capital do Estado, ou, no mínimo, com os grandes centros de consumo.
           E foi graças ao trabalho devotado e consciente dos homens do DAER, que, com as estradas, ou logo após elas, o comércio ficou mais forte, as indústrias chegaram, a agricultura e a pecuária puderam se desenvolver. Na esteira das rodovias abertas pelo DAER, pequenas ou grandes, todas importantes, chegaram também as escolas, os hospitais, os postos de saúde, a segurança, precedidos de energia elétrica, de telefones, de emissoras de rádio, de equipamentos de lazer, tudo somando bem-estar para as populações.
           O DAER chegou através dos seus homens abrindo picadas a lugares que muitos nunca imaginaram chegar. Chegou, trabalhou e venceu. E todos se beneficiaram; e hão de continuar se beneficiando ainda por longo e longo tempo. Quem sabe para onde vai, e tem por onde ir, chega mais depressa - e melhor.

Primeira estrada do DAER ligou Pelotas a Rio Grande

           O Rio Grande do Sul em 1937 não contava com rodovias que ligassem entre si as cidades e permitissem o deslocamento de pessoas e cargas de uma região para outra. Nesse sentido, segundo publicações da Sociedade de Engenharia, era um verdadeiro deserto. Dos 282.480 km2 da área do Estado, a extensão das estradas de rodagem que existiam, precariamente, era de apenas 0,008km2, o que deixava o Rio Grande, segundo estatísticas oficiais da época, em antepenúltimo lugar na Federação, "em contraste com a sua honrosa posição em outros ramos de atividade".
           Como acontece até hoje, formou-se um vigoroso movimento para a criação de um órgão especializado, unindo os rio-grandenses durante vários anos, até que em 1937 foi criado o DAER. No ano seguinte começavam os trabalhos, sendo que a primeira tarefa foi treinar técnicos e operários para a construção rodoviária.
           Em novembro de 1939, em um resumo das atividades da Inspetoria dos Serviços Mecanizados, verifica-se que foi criada uma Estrada Experimental para aperfeiçoamento de operadores destinados a trabalhar com os primeiros equipamentos mecânicos adquiridos pela Autarquia. A primeira estrada pavimentada e com características técnicas construída pelo DAER, portanto, foi entre Rio Grande e Pelotas. No Boletim n° 6, do DAER, já está um registro da 7a Residência de janeiro de 1940, dizendo textualmente: "Estrada Pelotas - Rio Grande. Construção nova. Este trabalho aproxima-se do seu termo, sanando, assim, uma das maiores deficiências da nossa rede rodoviária, a ligação das duas cidades sulinas. A nova estrada mede 52km e tem condições técnicas excepcionais (raio mínimo 500m) o que permitirá a ligação de Pelotas a Rio Grande ou à Praia do Cassino em menos de uma hora.
           Passados 47 anos (em 1987), a primeira estrada pavimentada com cimento armado, continua prestando bons serviços, suportando as grandes cargas que enormes caminhões modernos transportam para o porto de Rio Grande. Estrada Pelotas — Rio Grande, a primeira concluída pelo DAER. Um marco em cimento da história da autarquia rodoviária que completa seus 50 anos (em 1987) de bons serviços prestados à comunidade rio-grandense.

Fonte: REVISTA 50 ANOS DAER – Setembro de 1987

<< anterior | 1 2 3 4

ENDEREÇO POSTAL:
Trav. Francisco Leonardo Truda, 40, Sala 92
Porto Alegre/RS - CEP 90.010-050

TELEFONE:
(51) 8131-7414

 

Gilberto Cunha © 2011 Desenvolvimento e hospedagem por @ms public